sábado, 1 de maio de 2010

A cruz

Quando criança era muito religioso. Acreditava muito em Deus. Cresci numa família católica. Naquele tempo, evangélicos eram em número bem menor. Sempre fui muito curioso. Perguntava tudo, mas resposta mesmo, que explicasse mesmo a coisa, nada. Olhava para o céu, imaginava santos, anjos, Deus andando por ali. Cheguei até a sonhar com isso. Uma coisa sempre me intrigou. Se Deus andava junto com os homens naquela época, se ocorriam grandes milagres, por quê de uma hora pra outra sumiram? Alguns afirmam que é pela desobediência do homem. Mas como ele sabe disso, quem é ele pra afirmar tal coisa? Por acaso ele tem intimidades com Deus? Ele não sabe nem o que vai comer amanhã, e afirma com arrogância conhecer os pensamentos de Deus.

De qualquer maneira, naquela época segui com a minha fé. E pra falar a verdade, me fazia bem, me sentia bem. Gostava de carregar uma cruz no pescoço. Aquilo pra mim era sagrado. Me sentia protegido. Até que um dia fui atropelado. Fiquei uma semana internado, e um mês de cama. No hospital procurei pela cruz, e ela sumira.

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